domingo, 27 de agosto de 2023

 


         

INTERPRETANDO MÚSICAS

A Rosa de Hiroxima

Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas oh não se esqueçam

 

Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroxima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A antirrosa atômica

Sem cor sem perfume

Sem rosa sem nada.

Moraes, Vinicius de. Antologia poética.

01. Neste poema:

a) a referência a um acontecimento histórico, ao privilegiar a objetividade, suprime o teor lírico do texto.

b) parte da força poética do texto provém da associação da imagem tradicionalmente positiva da rosa a atributos negativos, ligados à ideia de destruição.

c) o caráter politicamente engajado do texto é responsável pela sua despreocupação com a elaboração formal.

d) o paralelismo da construção sintática revela que o texto foi escrito originalmente como letra de canção popular.

e) o predomínio das metonímias sobre as metáforas responde, em boa medida, pelo caráter concreto do texto e pelo vigor de sua mensagem.

2. Os aspectos expressivo e exortativo do texto conjugam-se, de modo mais evidente, no verso:

a) “Mudas telepáticas”. (v. 2)             

b) “Mas oh não se esqueçam”. (v. 9)

c) “Da rosa da rosa”. (v. 10)               

d) “Estúpida e inválida”. (v. 14)

e) “A antirrosa atômica”. (v. 16)

03.Levante hipóteses: O que vem a ser a "rosa de Hiroshima"?

a) Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

b) Ditadura militar brasileira (1964-1985)

c) Ditadura Vargas (1930-1945)

d) A bomba atômica, que eclodiu durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)

e) Teoria da relatividade de Einstein.

04.O poema de Vinícius de Moraes (1913-1980) foi musicado na década de 70 pelo grupo Secos e Molhados. Em seus versos, constrói-se um apelo para que não seja esquecida

 a :

(A) situação econômica de um país bombardeado.

(B) potência destrutiva de uma bomba nuclear.

(C) falta de alimento nos países em desenvolvimento.

(D) presença de crianças e mulheres nas guerras.

(E) o lirismo a ser colhido de situações adversas.

05. Podemos afirmar que o assunto do poema de Vinícius é sobre:

a) as crianças carentes.        b)as rosas cálidas.

c) a bomba de Hiroshima    d) as feridas do coração.

                              e) as rosas de um jardim.

 

06.Podemos afirmar que a função social do poema de Vinícius é:

a) denunciar os horrores da segunda guerra mundial.

b) enaltecer os feitos heroicos.

c) discutir sobre a importância do amor.

d) discutir sobre a inutilidade da guerra.

e) Não há função social em poemas.

07.Considere o título do poema “Rosa de Hiroshima”. A imagem da rosa pode ser associada:

a) aos jardins de Hiroshima.  b) à explosão da bomba.

c) às diversas crianças.         d) às meninas de Hiroshima.

                                e) às feridas

08.O poeta caracteriza as vítimas da guerra ao lançar mão de alguns adjetivos, os quais fazem referência a diversos traumas pós-guerras. A qualificação das crianças como “mudas telepáticas ” Evidencia:

a) as alterações genéticas.

b) a dificuldade de quantificar as vítimas.

c) a quantidade de mortos.

d) os terríveis traumas físicos.

e)  os terríveis traumas psicológicos.

09.A fim de qualificar a “rosa de Hiroshima”, o poeta lança mão de alguns adjetivos. Ao afirmar que a rosa é “hereditária e radioativa” o poeta discute sobre :

a) as deformações genéticas deixadas em muitas gerações.

b) as consequências psicológicas dos sobreviventes.

c) as consequências econômicas da guerra.

d) as consequências para o solo.

e) o grande número de mortos.

 

ASA BRANCA

Em suas composições, ele enaltece o sertão, apresentando seus tipos humanos, seus problemas, principalmente a seca e as consequências dela advindas. Considerando o texto abaixo, analise as alternativas que a ele se referem.

Quando oiei a terra ardendo

Qua fogueira de São João

Eu preguntei a Deus do céu, uai

Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia

Nem um pé de prantação

Por farta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca

Bateu asas do sertão

"Intonce" eu disse adeus Rosinha.

Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas léguas

Numa triste solidão

Espero a chuva cair de novo

Para eu voltar pro meu sertão

Quando o verde dos teus oio

Se espalhar na prantação

Eu te asseguro não chore não, viu?

Que eu voltarei, viu? Meu coração      

 

01.Coloque verdadeiro ou falso nas afirmativas abaixo :

( V  ) A tristeza e o constrangimento do sertanejo por ter que abandonar sua terra e deixar para trás as pessoas que ama, são os temas de Asa Branca, que ganhou popularidade, por expressar romanticamente a realidade do retirante nordestino.

( V  ) O poema foi construído com a linguagem própria da oralidade do sertanejo de uma dada época e oferece imagens devastadoras das intempéries da natureza que provocam o êxodo rural.

(  V  ) Na primeira estrofe, o autor evoca a imagem da fogueira de São João, a fim de realçar a cultura do sertanejo, que se sobrepõe às condições penosas e destruidoras da seca do Nordeste.

(  F  ) O título da composição do autor pernambucano traz a designação de uma ave, cuja partida denuncia a proximidade da seca que se alastra na região. Tal como a asa branca, o homem se distancia de seu espaço, mas perde a expectativa do retorno.

( V  ) A última estrofe associa a cor dos olhos de Rosinha ao cenário futuro, admissível com o fim da seca. O eu poético entende que, nesse momento, idealizar a amada seria esquecer as adversidades.

02. A canção descreve, de forma poética, um dos problemas que afetam sistematicamente uma região brasileira, agravando problemas sociais cuja origem possui estreitas relações com o processo de apropriação da terra, de produção da riqueza e de distribuição da renda. A região descrita e a consequência mais comum do processo relatado na canção são:

  a) o sul do Brasil e o êxodo rural.

  b) as regiões agrícolas brasileiras e a migração sazonal.

 c) o semiárido nordestino e a migração para o Centro-Sul e Norte do País.

 d) as regiões metropolitanas e a migração pendular.

03.Esta música é o hino do sertão. Contada e cantada pelos brasileiros de norte a sul do país. Analisando a trajetória do homem sertanejo, depreende-se que:

a. A sede, a fome, o desespero, a tristeza forçaram o homem sertanejo a imigrar de outras partes do Brasil para o Nordeste.

b. Esta imigração ocorreu pela busca por melhores condições de vida.

c. A música Asa Branca é uma ferramenta de denúncia de problemas sociais típicos das comunidades pobres do Brasil.

d. Luiz Gonzaga retratou tão bem o homem nordestino, contribuindo para a construção de uma identidade social e cultural.

e. É possível que as pessoas aceitem, sem angústia, o sofrimento.

04. Sobre o texto, é correto afirmar:

a) A falta de progressão temporal é uma marca do texto.

b) A linguagem possui variantes regionais e variantes culturais e constatação da inclemência solar na seca duradoura.

c) Focalização de um mundo em tempo físico de pobreza e a fala "adeus Rosinha / guarda contigo meu coração" é um exemplo de discurso indireto livre no texto.

d) Sujeito lírico como inventor de analogias e criador de imagens. ―Pra mim vortá pró meu sertão é um exemplo de variação sintática prestigiada no espaço urbano.

e) Os versos "Quando o verde dos teus olhos" / "Se espraiá na plantação" apresentam o mesmo tipo de variante linguística. Secura do espaço geográfico como esterilizadora da sensibilidade humana.

05.De acordo com a terceira e quarta estrofe , o sertão, na forma como os compositores utilizam nas estrofes transcritas da música , pode ser definido como :

a)Região, pois se refere à área delimitada pelo clima semiárido de ocorrência da caatinga e sujeira às secas periódicas , mas também tem o sentido de Lugar , pois , ao se referir ao ‘’meu sertão’’ , o autor demonstra o sentimento de pertencimento e de identidade para com esta parcela do espaço ;

b)Território, pois remete a um espaço de controle das elites políticas e econômicas que se utilizam do discurso da seca para tirar proveito em benefício dos seus interesses e continuar a exercer o poder sobre este espaço;

c)Região, delimitada pelo critério exclusivamente econômico, que tem na divisão territorial do trabalho o papel de fornecedora de mão de obra desqualificada para o Centro –Sul do país;

d)Paisagem, pois nos remete a cenários distintos: o cinza e a desolação da estação seca que afugenta a asa branca e o verde e vivaz do período chuvoso das plantações que traz de volta o migrante ;

e)Espaço, pois a dinâmica populacional está presente através da migração do sertanejo que vai para outras regiões produzir bens e transformar as paisagens distintas , mas também se reproduzir enquanto força de trabalho .

TOCANDO EM FRENTE     (Almir Sater / Renato Teixeira)

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz,
Quem sabe eu só levo a certeza
De que muito pouco eu sei
Ou nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor para poder pulsar
É preciso paz para poder sorrir
É preciso chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu sou
Estrada eu vou
Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora um dia
A gente chega e no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
 


1. Assinale mais de uma alternativa que esteja de acordo com o texto:

a. Para o poeta, a vida deve ser levada, tocada como uma boiada, pois não conseguimos entender a imprevisibilidade de ambas.
b. Só é possível ser feliz nesta jornada, depois de um toque de Deus, o velho boiadeiro, que nos impulsiona pela longa estrada da vida.
c. Só através do choro individual e de outros é que descobrimos o valor de um sorriso.
d. Manhãs, maçãs e chuva fazem parte da nossa história, já que não somos donos do nosso destino.
e. Segundo o poeta, para se viver, é necessário entender o andamento da jornada e continuar vivendo.

2. Coloque  V para as afirmativas  e F para falso, de acordo com o texto:

a. ( V ) Viver é uma aprendizagem, fruto da observação atenta das alegrias e dos  sofrimentos pelos quais passamos.
b. ( F ) Ser feliz é o destino de todos os seres humanos, independendo das  chegadas e das partidas.
c. (
V ) A consciência do significado da vida e o dom da capacidade de construirmos a nossa história nos deixa mais fortes, mais felizes.
d. ( F ) O poeta tem hoje um sorriso de serenidade porque nunca levou a  vida com ligeireza.
e. ( V ) Para podermos saborear a vida, precisamos vivenciar a paz e o amor, entre outros fatores que nos mostram que é possível compormos a nossa história com serenidade.
3. Há várias comparações no texto que nos leva a concluir que o poeta fala. Marque a única alternativa correta:

 a. ( ) da boiada                  b. ( ) do boiadeiro
c. ( ) do sabor das frutas    d. ( ) dos dias vividos
       e. (X) do dom da felicidade de cada um de nós
4. Nos versos 5 e 6, o poeta demonstra que se considera um homem:

a. ( ) orgulhoso    b. ( ) sem cultura    c. ( ) experiente
d. (
X) humilde      e. ( ) sem rumo definido.

Responda com suas palavras:
5. Como era a vida do poeta no passado? Comprove sua resposta com versos da poesia.
A vida do poeta era agitada e sofrida, demonstrado nos versos 1 e 2 (Ando devagar porque já tive pressa / E levo esse sorriso porque já chorei demais

 

6. Quais são as coisas necessárias para a vida do poeta?  Os três últimos versos da segunda estrofe ( amor, paz, paciência, experiência )

7.A palavra ‘’chuva’’ está empregada de forma metafórica na poesia. Qual é o seu real significado de acordo com o contexto da estrofe? Chuva : sofrimento ( passar por um sofrimento para ficar mais experiente e florir ou seja, crescer )

8.Para o poeta, o homem é dono do seu destino? Comprove com versos do texto.  Cada um de nós compõe a sua história – Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu sou estrada,eu vou.

PALAVRAS                  Marcelo Fromer e Sérgio Britto

Palavras não são más

Palavras não são quentes

Palavras são iguais Sendo diferentes

Palavras não são frias

Palavras não são boas

 

Os números pros dias

E os nomes pras pessoas

 Palavras eu preciso

Preciso com urgência

Palavras que se unem

Em casos de emergência

 

Dizer o que se sente

Cumprir uma sentença

 Palavras que se diz

Se diz e não se pensa

Palavras não têm cor

Palavras não têm culpa

Palavras de amor Pra pedir desculpas [...]   

 FROMER, Marcelo: BRITTO, Sérgio. Titãs.   O blésq blom, WEA, 1989. 1 CD Faixa 5. 

1) Em quais versos o eu lírico transmite a ideia de que palavras soltas, isoladas de um contexto, não têm um valor em si? Converse com seus colegas e escolha três deles. É observada nos oito primeiros versos e também no décimo sétimo e no décimo oitavo versos. 

2)     Segundo a letra da canção, quando é que as palavras passam a ter importância? Quando há necessidade de comunicação, isto é, para dizer o que se sente,  para pedir ajuda, para pedir desculpas .

Rap da Felicidade

“Eu só quero ser feliz,

Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é.

E poder me orgulhar,

E ter consciência que o pobre tem lugar.

Fé em Deus, DJ [...]

Minha cara autoridade, eu não sei o que fazer,

Com tanta violência eu sinto medo de viver.

Pois moro na favela e sou muito desrespeitado,

A tristeza e alegria aqui caminham lado a lado.

Eu faço uma oração para uma santa protetora.

Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela,

O pobre é humilhado, esculachado na favela.

Já não aguento mais essa onda de violência.

Só peço a autoridade um pouco mais de

competência [...]

Diversão  hoje em dia, não podemos nem pensar.

 (RASTA, J; KÁTIA. Rap da felicidade. In: Tropa de Elite.

Rio de Janeiro: ERMI, 2007).

A letra do rap “Eu só quero ser feliz” é uma espécie de mapa social das cidades brasileira. A partir do texto e dos conhecimentos relacionados a essa temática assinale a alternativa INCORRETA.

a) As favelas localizam-se geralmente nas periferias ou locais impróprios para a construção de moradias, com áreas sujeitas à deslizamentos de morros ou sobre cursos de água poluídos, onde se disseminam doenças;

b) As metrópoles são lugares onde as diferenças sociais ficam mais claras, pois a riqueza e a pobreza encontram-se lado a lado e as injustiças sociais aparecem nitidamente na própria paisagem urbana;

c) O problema relatado na letra do rap “Eu só quero ser feliz” é característico apenas dos pequenos centros urbanos, uma vez que o governo federal aplica poucos recursos para construção de moradias;

d) Nas cidades, reproduziu-se a rígida divisão de classes, típica do meio rural, em que uma elite privilegiada convive com a pobreza da maioria da população;

e) O crescimento das cidades no Brasil é marcado por fortes contrastes sociais, dentre eles destacamos os elevados índices de violência urbana, a segregação sócio espacial e a falta de moradia.

 Vento do litoral   

De tarde quero descansar

Chegar até a praia e ver

Se o vento ainda está forte

Vai ser bom subir nas pedras

Sei que faço isso pra esquecer

Eu deixo a onda me acertar

E o vento vai levando

Tudo embora...

Agora está tão longe

Ver a linha do horizonte me distrai

Dos nossos planos é que

tenho mais saudades

Quando olhávamos juntos

Na mesma direção

Aonde está você agora

Além de aqui dentro de mim...

Agimos certo sem querer

Foi só o tempo que errou

Vai ser difícil sem você

Porque você está comigo

O tempo todo

E quando vejo o mar

Existe algo que diz

 

Que a vida continua

E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui!

O que posso fazer

É cuidar de mim

Quero ser feliz ao menos,

Lembra que o plano

Era ficarmos bem...

Eieieieiei !

Olha só o que eu achei

Humrun Cavalos-marinhos...                                

 

RUSSO, Renato. Vento no litoral. Intérprete: Legião Urbana.       In: Legião Urbana. Legião Urbana V. Brasil: EMI Music, 1991. 1 CD. Faixa 7.

1 -   Relendo a letra, responda:

a)  Ao buscar um lugar tranquilo, o eu lírico encontra na praia o seu refúgio. De que, na verdade, ele deseja descansar? De seu desencontro amoroso, da desilusão de seus sonhos de amor.     

b)    Como o eu lírico tenta apagar as possíveis lembranças que o fazem sofrer? Ele vai em busca da natureza, procura ouvir o vento que acalma, e brinca com as ondas do mar.   

c)Que advérbio ou locuções adverbiais, na primeira estrofe, situam o lugar onde ele estava? Até a praia e nas pedras.    

d)   Explique por que ele diz, na segunda estrofe, que: “...o vento vai levando tudo embora”. Além de carregar o que encontra pela frente, o vento leva consigo as  recordações e tristezas do eu lírico.

2 -   Releia a primeira estrofe.   

a)      Por que será que o eu lírico quer ir à praia? Para esquecer o que faz sofrer, para se livrar do sofrimento e para espairecer.    

b)   Que advérbio, na primeira estrofe, funciona como um pressuposto, isto é, sugere que o vento já estava mais forte antes? Esclareça sua resposta. Porque nos faz pressupor que o vento esteve muito forte, mas poderia estar mais forte ou não à tarde.  

c)    Na segunda estrofe, que palavra retoma todo o conteúdo da primeira estrofe, resumindo-a? O pronome demonstrativo isso, que funciona como elemento de coesão referencial no texto.

3 -    Aos poucos o eu lírico vai falando de seu desencanto e revela o que o deixou  meio perdido. Releia a terceira estrofe.    

a)  Interprete este verso: “Agora está tão longe [....]”. O que se distanciou? A presença física da pessoa amada e o que eles viveram enquanto se amavam.     

b)   Ainda na terceira estrofe, o que se pode concluir quanto ao motivo da separação? Eles passaram a ter sonhos diferentes, não se entendiam mais e acabaram se afastando um do outro.   

c) Nessa estrofe, que advérbio altera o sentido de outro advérbio? O que ele expressa? O advérbio tão, que intensifica o sentido do advérbio de lugar longe.     

d)   Que locução prepositiva une versos e advérbios de tempo e lugar, na terceira estrofe? Qual é o seu sentido? Além de : expressa a ideia de inclusão.

e) Releia este verso: “Dos nossos planos é que tenho mais saudade”. A locução destacada chama-se expletiva ou de realce, porque podemos tirá-la sem alterar o sentido do verso. Com que objetivo ela foi empregada? Para realçar o termo “Dos nossos planos”, que representa a ideia mais Importante no verso.

f) Que outro recurso estilístico se empregou para realçar esse termo? A anástrofe, ou seja, a inversão na ordem da frase. Na ordem direta teríamos: É que tenho mais saudade dos nossos planos.

g)   A ideia de tempo é determinada por quais palavras na terceira estrofe?     Pela repetição do advérbio agora e pela conjunção subordinativa quando.

h)   No último verso da terceira estrofe, por que ocorre elipse?  Não se repetiu o verbo estar, expresso no verso anterior.

4 -   De acordo com esse último verso, o eu lírico ainda não havia esquecido a pessoa amada, e esse fato se confirma na quarta estrofe.

 a) Explique por que ele prefere culpar o tempo pelo fracasso de seus planos. Durante algum tempo, era fácil o entendimento entre ele a amada; mas o tempo fez com que isso acabasse, e o amor se desgastasse.

b)  No verso “Agimos certo sem querer”, a palavra destacada é adjetivo ou advérbio? Por que? Advérbio, pois modifica o verbo agir, expressando modo. Não caracteriza um substantivo.   

c)  Releia estes versos: “vai ser difícil sem você”; “Era ficarmos bem...”.  Que sentido expressam as palavras destacadas? A preposição sem expressa falta ou carência de algo ou alguém; e o advérbio bem indica o modo como os dois viveriam.

5 -    Apesar da saudade, o eu lírico reage e procura novos caminhos. Releia a  quinta e sexta estrofes. 

a) Interprete o sentido deste verso: “Quero ser feliz ao menos”. O eu lírico deseja apenas viver com alegria, mesmo não tendo a  pessoa amada ao seu lado. 

b) Na quinta estrofe, a locução conjuntiva subordinativa já que, que constitui um elemento de coesão entre as estrofes, apresenta que sentido? Exprime a causa ou o motivo de ele não se entregar.    

 c) Observe o emprego das interjeições, na última estrofe. O que elas expressam? Pode ser uma interjeição para chamar a atenção do outro, para o seu achado ou exprimir a alegria de encontrar os cavalos-marinhos, e a outra, “Humrun”, pode indicar que ele está pensativo ou feliz diante do fato.

d)Que relação teria o fato de ele ter achado cavalos-marinhos e a decisão tomada? Talvez esse achado fosse para ele o prenúncio de uma vida mais feliz, renovada.

 e)Observe o emprego das reticências no final de todas as estrofes, com exceção da primeira. Que sentido elas apresentam no contexto? Há a suspensão de um pensamento que parece ainda continuar na mente do eu lírico.

Televisão    Titãs

Compositores: Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Belloto

A televisão me deixou burro, muito burro demais

Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais

O sorvete me deixou gripado pelo resto da vida

E agora toda noite quando deito é boa noite, querida.

Ô cride, fala pra mãe

Que eu nunca li num livro que um espirro

fosse um virus sem cura

Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!

Ô cride, fala pra mãe!

A mãe diz pra eu fazer alguma coisa mas eu nao faço nada

A luz do sol me incomoda, então deixa a cortina fechada

É que a televisão me deixou burro, muito burro demais

E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais

Ô cride, fala pra mãe

Que tudo que a antena captar meu coração captura

Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!

Ô cride, fala pra mãe!

A mãe diz pra eu fazer alguma coisa mas eu nao faço nada

A luz do sol me incomoda, entao deixa a cortina fechada

É que a televisão me deixou burro, muito burro demais

E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais

Ô cride, fala pra mãe

Que tudo que a antena captar meu coração captura

Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!

Disponível em: <http://www.vagalume.com.br/titas/televisao-2.html#ixzz2gTw3hbzd>. Acesso em: 04

de outubro de 2013.

 

01. Há ideia de exagero (hipérbole) em:

(A) “E agora toda noite quando deito é boa noite, querida”.

(B) “A mãe diz pra eu fazer alguma coisa [...]”.

(C) “O sorvete me deixou gripado pelo resto da vida”.

 

 

 

Na canção dos Paralamas do Sucesso, tem-se a manifestação da função poética da linguagem, que é percebida na elaboração artística e criativa da mensagem por meio de combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto, entretanto, percebe-se, também, a presença marcante da função emotiva ou expressiva por meio da qual o emissor :

a) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus sentimentos.

b) transmite informações objetivas sobre o tema de que trata a canção.

c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo comportamento.

d) procura explicar a própria linguagem que utiliza para construir a canção.

e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem veiculada.

GABARITO: A

COMENTÁRIO: Nota-se o uso da 1ª pessoa de forma predominante na canção, o que caracteriza a presença da função EMOTIVA, que é a principal representante da expressividade típica do eu-lírico, os textos de

caráter subjetivo.

Dezesseis – Legião Urbana

 

João Roberto era o maioral, o nosso Johny era um cara legal. /

Ele tinha um opala metálico azul, era o rei dos pegas na asa sul , e de todo lugar. /

Quando ele pegava no violão, conquistava as meninas e quem mais quisesse ver, /

Sabia tudo da Janis, do Led Zeppelin, dos Beatles e dos Rolling stones,/

Mas de uns tempos pra ca, meio sem querer, alguma coisa aconteceu/

Johny andava meio quieto demais, só que quase ninguém percebeu, oh,oh,oh/

Johny estava com um sorriso estranho, quando marcou um super pega no fim-de-semana,/

Não vai ser no casebre, nem no lago norte, nem na UNB/

As máquinas prontas, um ronco de motor / a cidade inteira se movimentou, /

e Johny disse:-eu vou pra curva do diabo, sobradinho e vocês?/

E os motores saíram ligados ali, /

Pra estrada da morte o maior pega que existiu,/

Só deu pra ouvir, foi aquela explosão, e os pedaços do opala azul de Johny pelo chão/

No dia seguinte, falou o diretor:-O aluno João Roberto, não está mais entre nós./

Ele só tinha 16, que isto sirva de aviso pra vocês./

E na saida da aula, foi estranho e bonito/

Todo mundo cantando baixinho/ Strawberry fields forever/

e até hoje quem se lembra,/

diz que não foi o caminhão/

nem a curva fatal, e nem a explosão/

Johny era fera demais pra vacilar assim/

E quem diga que foi tudo por causa de um coração partido/

Um coração../

Bye Bye Johny./

Johny bye bye

1. A que gênero literário pertence a música “Dezesseis”?
a) lírico (expressam-se emoções);
b) dramático (encena-se uma peça);
c) narrativo (conta-se uma história).

2. As características de um texto narrativo são personagens, tempo/lugar e ações.
a) Sobre o personagem principal, identifique-o e fale sobre a personalidade dele descrita no ínício da música.O personagem Johny era um cara legal, descolado (maioral), músico e aventureiro.
b) Sobre a descrição do “tempo” e do “lugar” na música, é possível identificar quando e onde ocorreu a história? Onde: na cidade de Brasília (UnB, Sobradinho..); quando (não dá para perceber exatamente).
c) Sobre “ações”, como podemos resumir a história apresentando o início, o meio e o fim dela? Início: apresentação do personagem Johny como um cara legal e cheio de vida; Meio: o fato trágico do acidente que matou Johny; fim: momento em que o diretor anuncia a morte de Johny e os colegas da escola se despedem dele.
3. A imagem que João Roberto aparentava correspondia com o que ele era na realidade? Explique.Resposta pessoal. (acredita-se que não, porque, por dentro, ele devia estar sentido uma profunda tristeza (talvez por um amor não correspondido).
4. João Roberto era jovem e tinha a vida toda pela frente. Você concorda com a postura e a concepção de amor dele? Resposta pessoal
5. Releia o texto:
a) Por que a música se chama “Dezesseis”;Porque o personagem principal (Johny) tinha apenas 16 anos que morreu em um "pega" com o carro que ele dirigia.
 
b) Que mensagem o autor quis transmitir ao intitulá-la de “Dezesseis”. 

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“Pais e Filhos”, da banda Legião Urbana

Estátuas e cofres e paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender
Dorme agora
É só o vento lá fora
Quero colo! Vou fugir de casa
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo, tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três
Meu filho vai ter nome de santo
Quero o nome mais bonito
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há
Me diz, por que que o céu é azul?
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos
Que tomam conta de mim
Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar
Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais
(refrão)
Sou uma gota d'água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não te entendem
Mas você não entende seus pais
Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer
1. A que gênero textual pertence esse texto?
a) poema
b) música c) cordel d) prosa
2. Como você descreve o eu-lírico (aquele que se expressa) no texto?
O eu-lírico da música "Pais e Filhos" parece ser uma jovem que demonstra rebeldia na sua relação com seus pais.
3. Que sentimentos o eu-lírico expressa nesse texto?
O eu-lirico expressa os anseios comuns entre os jovens de buscar explicações para as coisas complicadas do mundo (Por que que o céu é azul?).
4. Qual a linguagem empregada pelo eu-lírico nos versos?
a) formal b) informal c) técnica d) regional
5. Identifique no texto um exemplo de palavra ou frase empregada no sentido figurado? Explique sua resposta.
"Sou uma gota d´água". Nesse verso há sentido figurado na expressão "gota d´água" no sentido de a pequenez da pessoa, quando ela percebe que não é nada diante da imensidão de alguma coisa (o universo, Deus, etc)
 
6. O que te chamou a atenção nos versos desse texto? Comente sua resposta.
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APESAR DE VOCÊ

Hoje você é quem manda

Falou, tá falado

Não tem discussão

 A minha gente hoje anda

Falando de lado

E olhando pro chão, viu [...]

Apesar de você

Amanhã há de ser

Outro dia

Eu pergunto a você

Onde vai se esconder

Da enorme euforia

Como vai proibir

Quando o galo insistir

Em cantar [...]

Inda pago pra ver

O jardim florescer

Qual você não queria [...]                          

In Chico Buarque, letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 92.

1.A primeira estrofe faz um retrato do Brasil sob a ditadura. Para driblar a censura, a linguagem da canção deveria recorrer à conotação. Quais são as queixas contra ao regime anunciadas nessa estrofe? A primeira estrofe denuncia vários aspectos do autoritarismo do regime militar: abuso de autoridade (“você é quem manda”), a repressão ao debate político, à expressão de ideias (“falou, tá falado, não tem discussão” / “minha gente hoje anda falando de lado”), a tristeza do povo reprimido (“olhando pro chão”)

2.A partir da segunda estrofe, uma nova situação se apresenta

a)A que situação o texto faz referência? O texto alude a uma situação de liberdade, de felicidade, quando a repressão do regime Militar chegasse ai fim.

b) Cite uma metáfora que sintetize o espírito dessa nova situação. “Galo insistir em cantar” é uma expressão metafórica para a situação de liberdade a que a estrofe faz alusão.

 3.O título da música, Apesar de você, sugere, com meias palavras, o mesmo que a frase:

a)A despeito do povo, a democracia voltará ao país

b)Ainda que venha a sofrer, o povo prefere a liberdade política à ditadura c)Embora o governo tente impedir, a liberdade voltará a se instalar no pais.

d)O povo se mantém alegre, mesmo sob o regime militarsantos empregos

 

 Eduardo e Mônica” da Legião Urbana

Quem um dia irá dizer que existe razão 
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer 
Que não existe razão?

Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar 
Ficou deitado e viu que horas eram 
Enquanto Mônica tomava um conhaque 
Noutro canto da cidade 
Como eles disseram

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer 
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer 
Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse 
– Tem uma festa legal e a gente quer se divertir 
Festa estranha, com gente esquisita 
– Eu não estou legal, não aguento mais birita 
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais 
Sobre o boyzinho que tentava impressionar 
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa 
– É quase duas, eu vou me ferrar

Eduardo e Mônica trocaram telefone 
Depois telefonaram e decidiram se encontrar 
O Eduardo sugeriu uma lanchonete 
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard 
Se encontraram então no parque da cidade 
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo 
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar 
Mas a menina tinha tinta no cabelo

Eduardo e Mônica eram nada parecidos 
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis 
Ela fazia Medicina e falava alemão 
E ele ainda nas aulinhas de inglês 
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus 
De Van Gogh e dos Mutantes 
Do Caetano e de Rimbaud 
E o Eduardo gostava de novela 
E jogava futebol-de-botão com seu avô 
Ela falava coisas sobre o Planalto Central 
Também magia e meditação 
E o Eduardo ainda estava 
No esquema "escola, cinema, clube, televisão"

E, mesmo com tudo diferente 
Veio mesmo, de repente 
Uma vontade de se ver 
E os dois se encontravam todo dia 
E a vontade crescia 
Como tinha de ser

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia 
Teatro e artesanato e foram viajar 
A Mônica explicava pro Eduardo 
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar 
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer 
E decidiu trabalhar 
E ela se formou no mesmo mês 
Em que ele passou no vestibular 
E os dois comemoraram juntos 
E também brigaram juntos, muitas vezes depois 
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa 
Que nem feijão com arroz

Construíram uma casa uns dois anos atrás 
Mais ou menos quando os gêmeos vieram 
Batalharam grana e seguraram legal 
A barra mais pesada que tiveram

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília 
E a nossa amizade dá saudade no verão 
Só que nessas férias não vão viajar 
Porque o filhinho do Eduardo 
Tá de recuperação

E quem um dia irá dizer que existe razão 
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer 
Que não existe razão?

1)    Apesar de ser um texto em verso, podemos afirmar que ele se aproxima de: 
a)    Uma crônica Apesar de ser um texto em verso, podemos afirmar que ele se aproxima de:
b)    Um conto 
c)    Uma reportagem 
d)    Um relato pessoal 

2)    Em qual estrofe podemos concluir que Eduardo e Mônica estão apaixonados: 
a)    3ª estrofe    b)    4ª estrofe    c)    7ª estrofe.   d)    6ª estrofe.

3)    Podemos afirmar que, por se aproximar de uma narrativa, essa música possui a estrutura sequencial que nos remete a uma narração. Sendo assim, podemos estabelecer nesse texto a seguinte estrutura: 
a)    Situação inicial: Eduardo e Mônica se conhecem e se apaixonam. 
Conflito: Eduardo gosta de jogar futebol de botão com o avô. 
Clímax: Eduardo e Mônica decidem ficar juntos. 
Desfecho: Eduardo e Mônica constroem uma família. 
b)    Situação inicial: Eduardo e Mônica se conhecem e se apaixonam. 
Conflito: Um carinha do cursinho do Eduardo chama Mônica para uma festa. 
Clímax: Eduardo e Mônica se encontram em uma lanchonete. 
Desfecho: Eduardo e Mônica constroem uma família. 
c)    Situação inicial: Eduardo e Mônica se conhecem e se apaixonam. 
Conflito: Mônica é mais velha que Eduardo. 
Clímax: Eduardo e Mônica decidem ficar juntos. 
Desfecho: Eduardo e Mônica constroem uma família. 
d)    Situação inicial: Eduardo e Mônica se conhecem e se apaixonam. 
Conflito: Eduardo não aceita que Mônica seja mais velha que ele. 
Clímax: Eduardo e Mônica decidem ficar juntos. 
Desfecho: Eduardo e Mônica constroem uma família.

4)    As características de Mônica que são contrárias às características de Eduardo são: 
a)Maturidade e independência                      b) Inteligência e sociabilidade 
c)    Independência e gosto por esportes         d)Maturidade e sociabilidade

5) Na quinta estrofe são feitas algumas comparações entre Eduardo e Mônica, mostrando que eram opostos. Os últimos versos dessa estrofe (“E o Eduardo ainda estava/ No esquema ‘escola, cinema, clube, televisão’”) revelam que:

a)    Mônica tinha uma rotina bem estabelecida. 
b)    Mônica não tinha uma rotina bem estabelecida. 
c)    Mônica gostava da rotina dela. 
d)    Mônica não gostava da rotina dela.

Só Você  -  Fábio Jr.            Compositor: Vinicius Cantuária

Demorei muito pra te encontrar
Agora eu quero só você
Teu jeito todo especial de ser
Eu fico louco com você

Te abraço e sinto coisas
Que eu não sei dizer
Só sinto com você

Meu pensamento voa
De encontro ao teu
Será que é sonho meu?

Tava cansado de me preocupar
Quantas vezes eu dancei
E tantas vezes que eu só fiquei
Chorei, chorei...

Agora eu quero ir fundo
Lá na emoção
Mexer teu coração

Salta comigo alto
E todo mundo vê
Que eu quero só você

Eu quero só você [2x]

Te abraço e sinto coisas
Que eu não sei dizer
Só sinto com você

Meu pensamento voa
De encontro ao teu
Será que é sonho meu?

Tava cansado de me preocupar
Quantas vezes eu dancei
E tantas vezes que eu só fiquei
Chorei, chorei...

Agora eu quero ir fundo
Lá na emoção
Mexer teu coração

Salta comigo alto
E todo mundo vê
Que eu quero só você

Eu quero só você [2x]

 

1. Releia com atenção a letra da canção “Só você” para entender bem o que ela diz. Em seguida, responda às questões.

a) De que assunto trata a canção? Da satisfação de quem ama por ter encontrado a pessoa amada.

b) A qual público se dirige essa canção: crianças, jovens, adultos? Justifique sua resposta.  Ao público jovem e adulto apaixonado por alguém e/ou apreciador de músicas românticas.

c) Por quais situações passou a pessoa que ama antes do encontro? Cite versos.

“Demorei muito pra te encontrar”; “Tava cansado de me preocupar / Quantas vezes eu dancei / E tantas vezes que eu só fiquei / Chorei, chorei”.

d) Que verso, na canção, equivale a uma declaração de amor? Sublinhe-o na letra da canção.  “Eu quero só você”.

e) Qual recurso a canção usa para tornar essa declaração bem evidente? Repetição. A oração “Eu quero só você” aparece várias vezes na letra (e mais ainda durante a interpretação).

f) Ao ouvir e ler a canção, você notou que existem versos ou conjunto de versos que se repetem? Que resultado o compositor pretende alcançar com   essa repetição?  A repetição procura salientar tanto o tema da canção quanto a melodia a ser gravada por quem a ouve. Trata-se de um recurso de memorização da canção.

2. Analisando palavras e expressões da letra da canção

a) O verso “Demorei muito pra te encontrar” pode ser facilmente compreendido. Ele indica para o ouvinte da canção que havia tempo o eu lírico procurava alguém. Como você interpreta o verso “Quantas vezes eu dancei”?  O verso informa que o eu lírico várias vezes não foi bem-sucedido; ou seja, se deu mal, não se saiu bem.

b) Nesse verso, que sentido tem o verbo “dançar”?  Tem o sentido de sair-se mal, de não alcançar o que se espera. Nesse caso, dançar é uma gíria.

c) Cite dois outros versos da canção em que haja palavras em sentido figurado. Em seguida, explique o que elas querem dizer.   “Meu pensamento voa”; “Agora eu quero ir fundo lá na emoção”; “Mexer teu coração”; “Salta comigo alto e todo mundo vê”.

3. Compreendendo a composição da letra da canção. Em dupla, preencham o quadro a seguir com as informações do texto que vocês acabaram de ler.

a)      Autor do texto e da melodia  Vinicius Cantuária

       b)      Papel social do produtor ao escrever o texto  Manifestar por meio da canção – uma expressão artística – sua visão de mundo por intermédio de um eu lírico que fala sobre amor, sentimentos, ideias e intuições em relação à pessoa amada.

       c)       Interlocutor (para quem o texto foi escrito)  Público jovem e adulto apaixonado por alguém e/ou apreciador de músicas românticas.

       d)      Intérprete da canção  Fábio Júnior.

       e)      Estilo musical   Música romântica

4. Releia os versos da canção “Só você”:

“Demorei muito pra te encontrar [...] Eu fico louco com você”.

“Te abraço e sinto coisas que eu não sei dizer / Só sinto com você”.

“Tava cansado de me preocupar / Quantas vezes eu dancei”.

“E tantas vezes que eu só fiquei / Chorei, chorei”.

       a)      Quem fala na letra da canção: um homem ou uma mulher? Como você chegou a essa conclusão?  Um homem. O pronome pessoal “eu” (em primeira pessoa) refere-se a um homem apaixonado. Alguns adjetivos mostram que se trata de um eu lírico masculino (“fico louco”, “tava cansado”).

     b)  O que você acha que levou Vinicius Cantuária a compor essa canção nos anos 1980? Se possível, faça uma pesquisa para descobrir.  Resposta pessoal. Os alunos podem levantar a hipótese de que a música foi composta porque o compositor estava apaixonado. Nesse caso, é importante discutir com os alunos as diferenças existentes entre o compositor e o eu lírico da canção.

      c) Em sua opinião, um compositor poderia compor uma canção fingindo ser uma mulher ou uma criança? Justifique sua resposta.  Espera-se que os alunos respondam positivamente. Nesse caso, é importante que eles levantem hipóteses sobre as diferenças entre o produtor do texto (compositor, cancionista) e o eu lírico da canção. Caso a resposta seja negativa, é essencial perceber quais os argumentos levantados pelo aluno.

 

GERAÇÃO COCA-COLA

Quando nascemos fomos programados

A receber o que vocês

Nos empurraram com os enlatados

Dos USA, da 9 às 6

Desde pequenos nós comemos lixo

Comercial e industrial

Mas agora chegou nossa vez

 

Vamos cuspir de volta o lixo em cima  de vocês

Somos os filhos da revolução

Somos o futuro da nação

Geração Coca-Cola

Depois de vinte anos na escola

Não é difícil aprender

 

Todas as manhas do seu jogo sujo

Não é assim que tem que ser

Vamos fazer nosso dever de  casa

E aí então vocês vão ver

Suas crianças derrubando reis

Fazer comédia no cinema com as suas leis             

Renato Russo. Geração Coca-Cola. In: Legião Urbana. Em: Legião Urbana. EMI Music, 1985. Faixa 6.

1 -  Qual é, segundo o eu lírico, a imagem que a sociedade tem da sua geração? Justifique com exemplos extraídos da canção. Segundo o eu lírico, a sociedade considera o jovem de sua geração fácil de ser manipulado, passivo, submetido à cultura importada dos Estados Unidos, aceitando-a sem criticá-la.

2 -   Por que o eu lírico se refere a esse grupo como “Geração Coca-Cola”? Porque a Coca-Cola é uma das marcas mais conhecidas da indústria estadunidense, além de uma das mais exportadas para todo o mundo.

3 -   O eu lírico concorda com essa forma de ver sua geração? Explique. Não. A canção se contrapõe a essa imagem da “Geração Cola-Coca”.

4 -   O eu lírico se dirige a um interlocutor por meio do pronome vocês.  

a)      Esse pronome se refere a uma pessoa específica? Não, o eu lírico não explicita quem são vocês na canção.

b)  Qual é o efeito de sentido decorrente dessa estratégia? A crítica social de “Geração Coca-Cola” assume um tom genérico, talvez dirigida a todas as pessoas, da geração anterior à do eu lírico, com poder na sociedade.

5 -    Leia as informações a seguir.                     

Em 31 de março de 1964 os militares, por meio de um golpe de Estado, derrubaram o então presidente João Goulart e instituíram um regime ditatorial no País. Esse regime durou até 1985, quando, com a eleição indireta de Tancredo Neves, o país voltou a ter um presidente civil. O período da ditadura militar é marcada pela censura aos meios de comunicação e pela forte repressão às manifestações de oposição ao governo, inclusive com o uso de tortura.         

Identifique, na canção, dois trechos que podem ser interpretados como referências ao período da ditadura militar. Explique sua escolha. O verso “Depois de vinte anos na escola” pode ser interpretado como uma referência ao período de duração da ditadura militar (1964-1984); o verso “Todas as manhas do seu jogo sujo” pode ser entendido como uma menção à forma condenável de o governo agir; e o trecho “E aí então, vocês vão ver/ Suas crianças derrubando reis” pode dar a entender que, assim como os militares derrubaram o governo.

6 -    “Geração Coca-Cola” pode ser considerada uma canção de protesto? Explique. Sim, pois ela contesta a opinião que a maior parte da sociedade tem de uma geração, além de pôr em xeque os valores daqueles que estão no poder: “Todas as manhas do seu jogo sujo”.